PET-SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE
PET – Saúde Interprofissionalidade em Jataí
A interprofissionalidade no trabalho e ensino em saúde
A Universidade moderna, como conhecida atualmente, teve seu fortalecimento estrutural no século XIX. Isso se dá, a partir de uma forte lógica positivista orientando a formação de profissionais superespecializados, teoricamente. Buscando suprir fielmente as demandas do mercado de trabalho. Essa dinâmica, resultou num desenvolvimento futuro de sistemas e práticas de saúde deficientes por conhecimentos que extrapolam a teoria biomédica, gerando necessidades locais em saúde, onde a atenção final ao paciente era a primeira prejudicada.
Para compreender historicamente a educação interprofissional é preciso estar inteirado desse antigo cenário, pois mesmo antes da criação do SUS e outros sistemas de saúde, as problemáticas locais geradas por essa dinâmica de educação em saúde já começavam a emergir. Na metade do século XX já começavam a falar, internacionalmente, de interprofissionalidade como uma forma de superar as deficiências de um sistema de atenção tão fragmentado. Porém, o conceito de educação interprofissional só é bem esclarecido em 2002, pelo Centro para o Avanço da Educação Interprofissional – CAIPE, do Reino Unido. Dizendo:
“A educação interprofissional ocorre quando duas ou mais profissões aprendem entre si, com e sobre as outras, para melhorar a colaboração e a qualidade dos cuidados”.
Com a criação do SUS, muito foi pensado em incluir o estudante na realidade do sistema de saúde. Podemos ver isso, primeiramente, com as mudanças trazidas pelo Programa Nacional de Incentivo a Mudanças Curriculares nos Cursos de Medicina – PROMED. Onde era requerido a inserção e aprendizagem do estudante de medicina na realidade da atenção básica. Porém, esse espaço de ensino e aprendizagem era necessário a todos os profissionais de saúde. Pensando dessa forma, o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde – PRÓ-SAÚDE é elaborado poucos anos depois, incluindo diversas categorias profissionais no âmbito do SUS.
Foi necessário também, criar meios que promovessem mudanças nos profissionais já formados, pois esses compõem o sistema de saúde onde esses estudantes estarão aprendendo de uma nova forma. Tendo em vista que essa responsabilidade era do estado, foi criada então a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde – PNEPS. Este passo foi de extrema importância para assegurar que os profissionais também podem aprender, em decorrência do ensino.
Nessa onda de políticas públicas e novos projetos, é criado o Programa de Educação Pelo Trabalho Para a Saúde – PET- SAÚDE. Onde se mostra indissociável o tripé universitário de pesquisa, ensino e extensão das práticas de saúde. O PET, fortalece e facilita a prática colaborativa, a interdisciplinaridade e a interprofissionalidade por meio da formação de grupos com diferentes indivíduos e ricas abordagens.
Em Jataí, o PET-SAÚDE tem o foco na interprofissionalidade. Compreendemos que através de um ensino interprofissional, as maiores dificuldades, na atuação profissional, presentes no sistema de saúde serão eventualmente superadas. Dificuldades essas que se apresentam nas seguintes formas:
⦁ Fragmentação do cuidado ao paciente, expondo-o a medidas repetitivas.
⦁ Baixa capacidade de trabalhar em equipe.
⦁ Incompatibilidade do serviço prestado às necessidades do paciente.
⦁ Ênfase da formação somente para as habilidades técnicas.
⦁ Dificuldade do paciente e família serem fatores ativos do próprio cuidado.
Enfim, com nossos grupos compostos de diversos profissionais da saúde, professores e alunos da UFJ, buscamos fortalecer a prática colaborativa com enfoque na mudança curricular para a formação interprofissional, de acordo com o Plano Nacional Para Implementação da Educação Interprofissional. Sendo assim, o SUS além de se refinar na solução de problemas em saúde, centrado no paciente, também se fortalece como ambiente de trabalho colaborativo, ensino, aprendizado, pesquisa e extensão.
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